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Olhar o mercado da advocacia

Advocatus

15/02/2017

Olhar o mercado da advocacia  
 
Nesta edição do Advocatus Business Guide, procurámos conhecer melhor o que pensam as sociedades de advogados portuguesas sobre temas como internacionalização, governance e gestão, multidisciplinaridade, gestão de talentos, tecnologias, e comunicação e marketing.  
 
Auscultar o mercado sobre temas da atualidade. Foi esta a intenção subjacente ao inquérito que endereçámos a algumas dezenas de sociedades de advogados, de pequena, média e grande dimensão. Não é um estudo de mercado, porquanto não foi estruturado segundo os métodos de análise^estatística. Visa, sim, identificar tendências a partir da visão de quem tem a responsabilidade de conduzir ou, pelo menos, participar na definição da estratégia das firmas. Reunimos contributos de 37 advogados, ainda que, nalguns casos, apenas parcelares, na medida em que optaram por cingir as respostas a alguns dos tópicos propostos. Embora não seja uma amostra fidedigna, cientificamente falando, permite olhar o mercado com os olhos de quem nele exerce a profissão. E entre as tendências identificadas a primeira prende-se com a internacionalização: é um caminho de que a maioria das sociedades considera difícil desviar-se, ainda que os moldes possam não coincidir. E os mercados lusófonos surgem como os mais atrativos, pela proximidade linguística e de ordenamento jurídico. Mas, sendo atrativos, não são exclusivos, tanto mais que as firmas nacionais detêm um grau de sofisticação que lhes permite ombrear noutras geografias com players mais globais. Mas estarão estes interessados em Portugal? A história e a realidade atual mostram que não.  
 
A propósito de mercado, devem ou não as sociedades de advogados ser geridas como empresas? A maioria é favorável a este modelo de gestão, colocando, embora, algumas reservas que se prendem com a natureza específica da advocacia. Noutro governo, o das pessoas, como estão as sociedades a lidar com o novo perfil de advogados, isto é, com as novas gerações que já não aceitam pacificamente uma organização de trabalho intensivo e que as obrigue a uma dedicação total. Este é, admitem, um desafio ainda a vencer, isto é, articular as expectativas destes advogados com a necessidade de atrair e reter talento. Outro desafio, porventura este já ganho ou em vias de ser ganho, é o colocado pelas tecnologias de informação. Tal como o dos talentos, é transversal aos vários setores de atividade e não exclusivo da advocacia. E a maioria dos respondentes entende que é urh processo em curso, liderado pelas firmas de média e grande dimensão, ainda que subsistam preocupações quanto à segurança dos dados.  
 
Tal como as ferramentas tecnológicas, também as de comunicação e marketing parecem já incontornáveis na prática da advocacia. Não há, porém, consenso sobre se o atual enquadramento legal é suficiente ou se deverá ser flexibilizado. Menos consenso há quando o tema é a multidisciplinaridade. As opiniões dividem-se, entre os que rejeitam essa possibilidade e os que consideram que, mais cedo ou mais tarde, será uma realidade. Mas na maioria emergem receios quanto às ameaças para a autonomia e independência da profissão.

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