HR Portugal | 01-05-2017
CAIXA ECONÓMICA MONTEPIO GERAL
Um tema de negócio: igualdade de género
A Caixa Económica Montepio Geral convidou todas as mulheres que ocupam funções de liderança na organização a participar num encontro de trabalho para identificar formas de promover a igualdade na carreira, formação e work-life balance
TitiAna Amorim Barroso
Numa altura em que o tema das quotas empresariais está na ordem do dia, o encontro teve como objectivo a criação de um plano de actividades para a igualdade de género elaborado pelas mulheres da Caixa Económica Montepio Geral (CEMG), a ser posto em prática até 2018 - ano em que entra em vigor a obrigação de incluir, no mínimo, 20% de mulheres nos conselhos de administração e fiscalização das empresas cotadas. A sessão teve lugar no dia 13 de Março, no Hotel Vila D'Óbidos e as 160 convidadas de vários pontos do País e das ilhas foram desafiadas a reflectir sobre o papel da mulher na organização, e como concretizar atitudes e projectos que reforcem o seu papel na CEMG. Esta não é a primeira vez que a instituição bancária reconhece a importância de celebrar e preparar o seu talento feminino, tendo no ano passado aderido ao iGen, o Fórum Empresas para a Igualdade.
A realidade da CEMG nestas matérias tem sofrido evoluções. No ano passado 30% das mulheres ocupavam lugares de gestão de topo nos três níveis superiores, enquanto em 2014 a percentagem era de 19%. «O ano de 2016 foi de reestruturação significativa, negociámos o Acordo Colectivo de Trabalho, lançámos a Academia, foi um ano de "definir as bases". Agora temos de fazer um plano para este ano e para o seguinte. Em vez de fazermos um plano de cima para baixo, resolvemos reunir as mulheres bem-sucedidas na casa para pedir ajuda, de forma a que seja um plano participativo. Este foi o princípio do Encontro.
Temos de dar às pessoas a oportunidade de participarem, todos têm uma vivência na casa e temos a sorte de ter uma administração que dá esta abertura», partilha Catarina Horta, directora de Recursos Humanos da CEMG (na foto), reforçando que a preocupação nestas matérias de igualdade de género não é de agora. «Quando criarmos o Plano de Talento fizemos acções diferenciais em relação às mulheres, porque sabemos que temos de dar instrumentos às mais bem preparadas para chegar a outros níveis de administração e temos de ter esta nota interna de alavancar as mulheres. Para o ano não quero que este tema seja das mulheres, mas sim de negócio», afiança Catarina Horta.
«Para além da construção de um plano de acção inovador nestas áreas, este encontro é também de networking. As pessoas tendem a dar-se dentro das suas áreas, aqui queremos transversalizar os contactos e o conhecimento. Sinto que daqui nascerão relações informais que apoiarão o desenvolvimento do negócio da empresa», conta Catarina Horta, que lança um repto no final do seu discurso: «Peço-vos que sejam genuínas e não politicamente correctas.» O encontro contou também com a participação de Carlos Duarte, vice--presidente da Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género (CIG), que enalteceu o foco da CEMG na igualdade de género uma vez que o banco venceu a primeira e a quinta edição do Prémio Igualdade é Qualidade da CIG.
Isabel Viegas, coordenadora do Programa "Leadership and Career Development for Women in Business" da Universidade Católica Portuguesa e especialista nestas matérias, foi uma das intervenientes neste dia. «Esta temática não é da área da Responsabilidade Social, a Igualdade de Género é um tema de negócio, inclusivamente de perda de negócio e de talento, no limite de direitos humanos. Há estudos que provam que empresas com lugares directivos diversificados aproveitam melhor o potencial interno. As empresas perdem imenso dinheiro se não forem equilibradas», garante.
O que deve ser feito por parte das organizações? Isabel Viegas responde que o primeiro passo é colocar o tema na agenda dos decisores e chama a atenção para a importância das quotas. «Dou aulas, e digo logo às minhas alunas que vão ganhar menos 30% do que os alunos. Por isso sou a favor das quotas, são aceleradores de carreira. Se não fizermos nada, vamos precisar de 80 anos para atingir os 20% nas comissões». Houve ainda oportunidade para assistir ao testemunho em vídeo de Susana Afonso Costa, sócia e advogada da CMS Rui Pena & Arnaut, que faz a leitura da realidade bancária.
«Este sector foi construído por homens, portanto tinha um racional afecto a homens e pouco atraente para as mulheres. Nos anos 90, assistiu-se à entrada das mulheres e ao crescimento da banca, as mulheres tinham mais formação e este era visto como um factor preferencial na carreira. Entravam para funções comerciais e de carácter administrativo, o que significa que as mulheres com capacidade de decisão neste sector podiam-se contar pelos dedos. Actualmente, a banca é caracterizada por uma crise financeira grave, de reestruturações, que trouxe algo positivo, a mudança de paradigma. Antigamente a estrutura de RH era vertical, o espaço físico era distante, as pessoas não falavam.»
Mas é unânime, esta realidade está a mudar, «as direcções são exercidas por mulheres, com mulheres nas administrações. A CEMG é uma instituição que faz mais, melhor e diferente. Tem um Acordo Colectivo que só se aplica à CEMG e se distancia do sector para dar igualdade de oportunidades a todos, que fala em avaliação de desempenho e direito de reclamar, e recruta colaboradores que não vêm só do sector para construir uma instituição bancária diferente», acrescenta Susana Afonso Costa. O evento terminou com a intervenção de José Félix Morgado, presidente da CEMG. «Este encontro é importante para se conhecerem melhor, quanto melhor se conhecerem, mais fácil é interagir e chegar à palavra», referindo ainda satisfação pelas medidas propostas.
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